(foto retirada da internet)
Acordei cedo e saí para mais um
dia de trabalho. Chegando lá, dei de caras com Maria, a directora. Maria era
uma mulher jovem, bonita e bem sucedida. Todavia não era feliz. Vivia com um
sorriso nos lábios, tratava toda a gente bem e como igual, embora fossem seus
subordinados. Não era preciso conhece-la muito bem para ver os seus olhos
tristes por trás daquela boa disposição. A única coisa que cortava o seu ar de
chefe executiva, era um rebelde piercing na língua, que ela evitava mostrar.
Eu mesma estava a atravessar uma
fase difícil. O meu marido havia partido para o estrangeiro em busca de algo
melhor, e a última notícia que recebera dele foi a informar-me de que não
voltaria.
À tarde, enquanto eu trabalhava,
Maria aproximou-se para perguntar como eu estava e se o trabalho estava a
correr bem. Assenti, e ela suspirou. Senti que ela estava triste e com vontade
de me contar algo. Disse-me que este fim-de-semana, a filha dela estaria com os
avós e que o marido ia para fora em negócios. Acabou por me convidar para
jantar e eu aceitei. Talvez ela precisasse de uma amiga para conversar…
Saímos às 18h e fomos para casa
dela. Pediu comida chinesa pelo telefone e abriu uma garrafa de vinho enquanto
esperávamos. Acho que ela precisava de se libertar um pouco para falar sobre si
mesma. Passámos meia hora a falar de trabalho, do cansaço, dos colegas, dos
problemas que ela tinha de enfrentar diariamente para que a empresa continuasse
a prosseguir.
Por fim, a comida chegou, ela
serviu-nos na sala e colocou uma música ambiente. Comemos em silêncio e regadas
a vinho tinto. Quando a comida e a garrafa terminaram, Maria começou a
soltar-se um pouco. Começou a contar-me o que a atormentava. A vida dela estava
mal. O marido estava sempre fora, não lhe dava carinho, não ligava enquanto
estava fora, não ajudava com a educação da filha e ela suspeitava que ele tinha
um caso com a secretária. E o pouco tempo que passava em casa era de fraca
qualidade. Faltava companheirismo, faltava alegria, faltava carinho, contacto,
sexo. Tentei confortá-la dentro do possível. Não há muito que se possa dizer.
Não lhe poderia dizer que o melhor era se separar, afinal quem era eu para dar
conselhos? Puxei um pouco mais por ela e ela finalmente chorou. Chorar faz bem.
Sentei-me perto dela e abracei-a. Chorou tanto que soluçava.
Por fim acalmou-se, limpou as
lágrimas, olhou-me nos olhos e sorriu. Agradeceu-me o apoio e passou a mão no
meu rosto. Surpreendentemente fez-me uma confissão. Disse-me que há muito que
desejava estar com uma mulher. Fiquei estática e sem saber o que fazer. Maria
beijou-me.
A sensação foi surpreendentemente
inovadora. Ela tinha uns lábios carnudos e macios e sugou sofregamente a minha
boca pequena. Senti que ela me desejava. Mergulhou a sua língua na minha boca,
e senti o piercing brincar entre as nossas línguas. O vinho já fazia efeito e o
filme desenrolou-se num ápice. Maria começou a despir-me e a beijar-me o corpo,
e a sensação agradava-me. Decidi deixar os pudores de lado e entregar-me por
inteiro.
(...)
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